Stanley Kubrick e Análise de 2001: Uma Odisséia no Espaço

Para começar este ano de 2019, resolvi falar novamente sobre Stanley Kubrick, já que o o post sobre o filme "O Iluminado" é o que mais tem acesso aqui. Porém, desta vez, iremos dar uma olhada um em alguns "mistérios" envolvendo o diretor e no seu filme mais enigmático, 2001: Uma Odisséia no Espaço.

Para muitos Stanley Kubrick foi um dos cineastas mais inovadores e geniais de todos os tempos, criando obras como 2001: Uma Odisséia no Espaço, Laranja Mecânica, O Iluminado e De Olhos Bem Fechados.
Kubrick começou no mundo da arte como fotógrafo, fazendo contribuições para a revista Look. No início dos anos 50 começou a fazer pequenos documentários e só então veio a se consolidar como cineasta profissional com o filme Spartacus. Supostamente, foi a partir desse primeiro filme que Kubrick sentiu a necessidade de mostrar diferentes aspectos da agenda dos Illuminati em seus filmes, de uma forma um tanto que enigmática. 

Um ávido jogador de xadrez, talvez isso ensinou-lhe estratégias de "longo prazo" para revelar a agenda ao longo de 30 anos em vários filmes. Ele foi capaz de bater em todos os assuntos-chave realizadas por teóricos da conspiração: o complexo industrial militar, perversão sexual, controle da mente e a divisão entre as elites e o resto da humanidade.

Enquanto vivo, seus filmes eram tratados com desfeita pelos críticos apenas para se tornarem clássicos depois de sua morte. 2001 foi um fracasso comercial e só mais tarde passou a ser considerado "uma experiência visual e não verbal que evita a palavra dita para alcançar o subconsciente do espectador de um modo essencialmente poético e filosófico".
O Iluminado foi detonado por todos, incluindo pelo próprio Stephen King, que tentou rever o conto em uma mini-série feita para TV que rapidamente foi esquecida, enquanto a versão de Kubrick continua sendo um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. 
Seu último filme, De Olhos Bem Fechados, foi sem dúvida "a sua última gota" pois, segundo os teóricos, ele revelou demais sobre os rituais orgiáticos secretos da elite oculta, o que teria levado a sua morte inesperada. Houve até rumores afirmando que a Warner Brothers teria editado totalmente o final do filme antes de divulgá-la ao público.



STANLEY KUBRICK E O "FALSO" POUSO NA LUA:

Antes de entrar na primeira análise do filme 2001, é necessário falarmos sobre a famosa teoria de que Kubrick teria filmado o pouso na lua de Apollo 11 pois isso fará sentido com a análise do filme mais adiante.
Para refrescar-lhes a memória, os EUA estavam em Guerra Fria e a NASA estava preparando o lançamento de Apollo 11 que levaria pela primeira vez o homem à Lua. Um outro fato interessante é que as histórias de ficção científica de missões espaciais encobertas ou falsificadas já vinham sendo escritas há muitos anos antes. 
Por exemplo, em fevereiro de 1955, a revista Galaxy Science Fiction, o autor James Gunn publicou uma reportagem intitulada "The Cave of Night". A história trata de uma missão tripulada a Marte que dá errado, encalhando um astronauta sem esperança de resgate.

Stanley Kubrick é frequentemente citado como o candidato mais provável a ter filmado cenas falsas do pouso na lua pois a produção de 2001 se sobrepôs à era do programa Apollo da NASA e que a NASA colaborou extensivamente com a equipe de produção do filme. O filme foi lançado em 1968, um ano antes da missão Apollo 11, em 1969.

De acordo com o site Clavius, a primeira menção de Stanley Kubrick e seu possível envolvimento com o encobrimento da Apollo apareceu em 1995 no grupo de notícias da Usenet:

"No início de 1968, o Sr. Kubrick foi secretamente abordado por funcionários da NASA que o presentearam com uma lucrativa oferta para "dirigir" os primeiros três desembarques lunares. Inicialmente Kubrick recusou pois 2001: Uma Odisséia no Espaço estava em fase de pós-produção, mas a NASA adoçou o acordo oferecendo a Kubrick acesso exclusivo aos artefatos alienígenas e às imagens de autópsia do local do acidente de Roswell. A NASA alavancou ainda mais sua posição ao ameaçar revelar publicamente o forte envolvimento do irmão mais novo de Kubrick, Raul, com o Partido Comunista Americano. Isso teria sido um embaraço intolerável para o Sr. Kubrick, especialmente desde o lançamento do Dr. Strangelove. Kubrick finalmente cedeu e por dezesseis meses ele e uma equipe de efeitos especiais liderada por Douglas Trumbull trabalharam em um palco sonoro especialmente construído em Huntsville, Alabama." - Clavius

O artigo ainda alega que os astronautas foram lançados através do foguete Saturno V na órbita da Terra por vários dias e depois retornados no prazo. Enquanto isso, as filmagens de Kubrick foram "transmitidas" como as imagens "ao vivo da lua". Kubrick supostamente fez o mesmo com Apollo 12, mas se recusou a trabalhar na Apollo 13. O artigo afirma que um "diretor" chamado "Randall Cunningham" foi responsável pelas filmagens de Apollo 13. Porém, existem algumas falhas claras nesse artigo da Clavius.
Por exemplo, Kubrick nunca teve um irmão chamado "Raul" e muito menos que ele estava envolvido com o Partido Comunista Americano. E também nunca existiu um "Randall Cunningham", mas sim um Richie Cunningham, um personagem que foi interpretado pelo ator Ron Howard, que pilotou Apollo 13 no filme de 1995, não a missão de 1970.

A Wikipedia tem uma página dedicada a refutar "teorias da conspiração sobre o pouso na Lua", com uma parte destacando a conexão com o Kubrick. A página cita o artigo “Stanley Kubrick and the Moon Hoax” como a provável origem da conexão com Kubrick. A página também observa que o artigo desde então tem sido citado como sendo verdadeiro por Clyde Lewis.
Lewis parece ter sido um dos primeiros indivíduos a declarar publicamente que Kubrick estava envolvido no encobrimento de Apollo 11. Ele também foi uma das primeiras pessoas a usar citações diretas do artigo “Stanley Kubrick and the Moon Hoax”. Isso levou algumas pessoas a sugerirem que o próprio Lewis pode ter escrito o artigo original e também que ele é mais um agente de desinformação como Alex Jones.
Então se o artigo “Stanley Kubrick and the Moon Hoax” supostamente é falso por que Kubrick deixaria tantas pistas em seus filmes sobre o pouso na Lua, como visto na análise de O Iluminado e veremos agora em 2001?

Para o filme 2001, os assessores científicos foram Frederick Ira Ordway III (ex-membro da American Rocket Society, cientista espacial e autor de livros técnicos sobre voos espaciais). Ele trabalhou com foguetes balísticos até 1960, seguido de três anos no Marshall Space Flight Center e Harry Lange  (ilustrador e designer da indústria aeroespacial, bem como chefe da seção de projetos futuros da NASA - ilustrando as ideias da equipe de Werner von Braun; tais como propulsão nuclear, estações espaciais, plataformas espaciais, etc.). A influência da NASA sobre o filme se tornou tão pronunciado que o administrador sênior da Apollo, George Mueller e o astronauta Deke Slayton apelidaram as instalações de produção do filme em Borehamwood (Reino Unido) como "NASA East". 
Arthur C. Clarke (co-autor do roteiro do filme com Kubrick) foi o responsável pelo envolvimento dos dois no filme. Clarke tinha uma conexão extensa com os níveis mais altos da NASA - incluindo uma estreita amizade com o ex-cientista nazista de foguetes, Werner Von Braun.



PRIMEIRA ANÁLISE DE 2001 UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO:

A introdução anterior foi necessária para que o leitor entenda melhor a conexão que Kubrick tinha com a "elite oculta". Vale lembrar também que Kubrick era conhecido como sendo um perfeccionista notório com uma atenção meticulosa aos detalhes. Não havia peça de cenário que não tivesse sido colocado ou enquadrado sem sua aprovação prévia ou raciocínio específico. O mesmo também é dito de suas escolhas de figurino e aparências de atores.

2001: Uma Odisséia no Espaço, é onde começa a teoria de que Stanley Kubrick estava ciente de uma agenda dos Illuminati para controlar a humanidade e direcionar as massas na direção que eles desejavam através do uso do entretenimento. Uma "espécie de consequência" vindo da "falsa" filmagem de Apollo que ele teria filmado.

E é com essa frase grifada que começamos a análise do filme... 

Resumindo inicialmente, o monólito seria na verdade uma tela de cinema girada em 90 graus. Essa percepção é de suma importância para entender o que pode ser a questão-chave do filme de Kubrick: que nossa percepção de eventos significativos do mundo real é muitas vezes operações de "bandeira falsa" realizadas por um seleto grupo de pessoas, projetando metaforicamente, suas versões da verdade nas telas de cinema para nossas mentes, a fim de controlar e manipular a população em geral.

Para desvendar o significado de 2001 é necessário fazer as seguintes 3 associações simbólicas, seguidas por uma dedução transitiva em uma declaração profunda sobre o nosso mundo:
  1. Monólito = Movie Screen - O monólito é a tela de cinema girada em 90 graus. Esta é provavelmente a ideia mais importante a ser feita em todo o filme, porque o desbloqueio de todos os outros códigos e símbolos no filme fluem disso. Uma vez que essa identificação seja feita, devemos nos perguntar o que o Monólito e a Própria Tela de Cinema simbolizam.
  2. Monólito = Choque e Medo por uma influência externa - Cada um dos 4 monólitos do filme incuti um choque e medo por uma aparente influência externa. Estes serão detalhados mais tarde, mas em resumo, o 1º monólito representa o medo do leopardo, o 2º e 3º representam uma aparente influência extraterrestre e o 4º na sala do renascimento representa a própria morte.

  3. Tela do Filme = Percepção Manipulada - A tela do filme representa como nossa percepção da verdade pode ser manipulada por sons e imagens projetadas na mídia ao nosso redor: filmes, televisão, rádio, jornais, revistas, etc.
Uma vez que as 3 associações acima foram feitas, então é uma questão de aplicar a propriedade transitiva da igualdade: A = B, B = C, C = D, então A = D, em suma:
  1. Choque e Medo por uma Influência Externa = Percepção Manipulada - Esta é talvez a mensagem mais importante que Kubrick incorporou neste filme. O que muitas vezes sentimos como choque e medo por uma influência externa não é o que parece ser; é uma percepção manipulada, metaforicamente projetada nas telas de cinema para a psique coletiva, a fim de controlar a população em geral.
Por exemplo, um único leopardo manteve um grupo inteiro de primatas amontoados de medo, lutando entre si (dividir e conquistar) até que um primata virou a cabeça a 90 graus e viu que um osso podia ser usado como uma arma que acabou libertando o grupo da tirania opressiva do leopardo. Mais disto virá...



JUNTANDO AS PEÇAS:

1 - Orquestrando uma "falsa bandeira":

No filme, o Dr. Heywood Floyd, presidente do Conselho Nacional de Astronáutica (NCA), orquestra uma falsa descoberta de artefatos alienígena, ou seja, uma bandeira falsa. A alegada descoberta de um monólito preto enterrado a 40 pés abaixo da superfície da Lua é na verdade encenada pelo Dr. Floyd e outros membros da NCA como justificativa para o apoio contínuo das missões de perseguição dos monólitos da NCA, incluindo a missão Discovery a Júpiter. (Mais detalhado depois...)


2 - Olhos brilhantes:

Durante "O Amanhecer do Homem", o leopardo está no topo da pirâmide hierárquica do poder. Observe os olhos brilhantes do leopardo nas duas cenas em que o animal aparece. Este é um símbolo de importância fundamental que veremos várias vezes ao longo do filme.

Olhos iluminados da elite.

Um dos primatas descobre como usar o osso como uma arma e acaba matando tanto o leopardo quanto um membro mais fraco do grupo, apreendendo assim o ápice da pirâmide social dos primatas. 

Logo após, o osso é lançado ao ar e é devolvido na forma de uma caneta flutuando na nave onde está Heywood Floyd. O uso da violência com um osso é substituído de forma simbolizada por uma caneta como o meio preferido de controle político. Veremos mais evidências de que Heywood e seu círculo íntimo são herdeiros modernos do topo da pirâmide, mantidos pelos primatas que brandem os ossos milhões de anos antes.

Os olhos brilhantes são um símbolo de elitismo em 2001. O veículo espacial esférico que transporta Heywood Floyd da estação espacial em órbita até a estação lunar Clavius, quando está atracando, parece uma cabeça com olhos brilhantes, como um símbolo do status de elite de Heywood Floyd.

Olhos brilhantes na nave de Heywood Floyd.

Numa outra cena, o fotógrafo na sala de reunião tem abotoaduras refletivas que lembram os olhos brilhantes do leopardo. Seu terno xadrez, tanto paletó quanto a calça, sugere o design da pele do animal. O objetivo do fotógrafo é ajudar a montar uma "falsa bandeira" de artefato alienígena. A relevância do fotógrafo é discutida em maiores detalhes depois.

Abotoaduras do fotógrafo são os olhos brilhantes do leopardo.

O olho brilhante da HAL (o super computador da nave) também está presente no Discovery One como um símbolo óbvio de dominação e controle.

Olho brilhante de HAL.

Os três veículos solo espaciais (pods) a bordo do Discovery One são metáforas para um globo ocular, dada a coloração branca, a porta de visão central correspondente à pupila e o design irradiante que se assemelha à íris.

HAL move o pod para a posição de matar Frank Poole.

Ainda sobre "O Amanhecer do Homem", refere-se à ascensão de um grupo de primatas para substituir o leopardo no ápice da pirâmide do poder. O sol nascente é um símbolo antigo, usado pelos antigos egípcios e até hoje é muitas vezes associado aos movimentos políticos e ideologias (por exemplo, o logotipo da campanha do ex-presidente Barack Obama).

Mas como sabemos que o leopardo foi morto? Isto é sugerido pela cena em que os primatas aprendem a manejar o osso como uma arma e estão destemidamente espalhados no escuro e não estão mais encolhidos dentro das cavernas.
Assim, a cena de um sol nascente é um símbolo para o grupo recém-estabelecido em posição de poder dos primatas. Observe também a semelhança do sol nascente com os olhos de HAL.



3 - HAL como o Olho Que Tudo Vê:

Dr. Halvorsen é um membro de alto escalão e, provavelmente, o chefe da estação lunar Clavius. Dr. Howell, que é mencionado por Heywood durante seu discurso, está implícito em ser um membro de alto escalão da NCA na Terra. E tem o HAL, uma inteligência artificial. Observe a semelhança nos nomes: Halvorsen, Howell, HAL e suas posições de poder no filme.
O olho brilhante do leopardo é metaforicamente o olho brilhante de HAL em termos de estar no topo da hierarquia de poder dentro da nave espacial Discovery One. Mais sobre HAL depois...

HAL como o "olho que tudo vê" espia Frank e Dave.


4 - Filmagem na Lua:

Na reunião de 12 membros sobre a base lunar de Clavius, no qual Heywood Floyd faz um discurso, todas as quatro paredes são luminescentes em branco e acompanhadas de cada lado por cortinas escuras. Quando Heywood está na frente, a parte inferior do corpo está escondida atrás de um pódio branco semelhante. Juntos, isso faz parecer que o próprio Heywood é um personagem projetado em uma tela de cinema enquanto ele faz seu discurso - simbolizando que tudo faz parte de um show.



Quando a tripulação de 6 membros desce à escavação lunar, onde está o monólito, vemos novamente elementos de um cinema simbólico. A rampa de descida é semelhante ao piso do teatro, que desce para baixo para a tela. Quando Heywood começa a andar pelo monólito/tela, o filme começa quando uma única luz circular surge à distância - uma representação do projetor de filmes.

A única luz circular é o projetor de filme simbólico.

A cena de escavação na Lua é encenada por Heywood Floyd e seus colegas com o único propósito de criar a ilusão de uma descoberta de artefato alienígena. Isto é enfatizado por símbolos que apresentam a cena da escavação lunar como cena de cinema e teatro.


O mesmo fotógrafo das abotoaduras brilhantes se prepara para tirar uma foto dos astronautas com o monólito.


5 - Imagens espelhadas:

Há várias cenas em 2001 nas quais são imagens espelhadas. O que isso significa? Esse simbolismo tem a ver com a natureza bidimensional da tela do cinema e a ideia de que aqueles que compram o engano vivem e estão confinados a um mundo bidimensional. Invertendo o filme numa imagem no espelho ilustra a natureza bidimensional da situação, tornando a ignorância dos personagens da história transparente para aqueles que vivem no mundo tridimensional que conhecem a verdade.

A primeira imagem dentro do Discovery One com Frank correndo ao redor da centrífuga é normal, mas os 3 que seguem são invertidos. Os tanques de hibernação forneceram pistas fáceis sobre quais cenas são invertidas e quais não são. As cenas invertidas ilustram que Frank está vivendo em uma dimensão bidimensional, mundo criado por HAL e seus criadores. É como se Frank estivesse preso em um rolo de filme bidimensional, que pode ser revirado e olhado de ambos os lados.

As cenas 2-4 estão invertidas.

Durante o programa da BBC 12, no qual Martin Amer entrevista Dave e Frank, perguntam por que certos membros da tripulação foram colocados em hibernação antes da partida. Dave responde: "Bem, isso foi feito para alcançar a máxima conservação de nossa capacidade de suporte à vida - basicamente comida e ar". Conforme ele responde, o membro da tripulação em hibernação é mostrado invertido, sugerindo que este não é o verdadeiro motivo. 
Mais tarde, aprenderemos que eles são, na verdade, uma equipe de filmagem cuja missão é criar a falsa montagem monolítica de Júpiter assim como o monólito lunar foi encenado.

Imagem invertida da tripulação em hibernação.

Como sabemos quais imagens dos tanques de hibernação são invertidas e quais não são? Dave desenha esboços dos tanques de hibernação como uma metáfora para rastrear quais cenas são invertidas e quais não são. Depois que ele as desenha, ele caminha até HAL e vemos palavras não refletidas nos monitores. A cena dos tanques de hibernação é uma cena contínua, essa é uma cena que nos permite ter uma orientação sobre qual é a orientação correta dos tanques de hibernação, então vemos que o desenho de Dave está correto.

Quando HAL pede para ver os esboços de Dave, ele não mostra o desenho tridimensional inteira da tripulação em hibernação. Em vez disso, ele só mostra a HAL os esboços simples inviduais dos membros da tripulação, fingindo-se de bobo com HAL, de modo a não despertar qualquer suspeita de que ele tem a esperteza necessária para enxergar qualquer engano que HAL possa usar nele. Metaforicamente falando, HAL não pode mostrar cenas a Dave como ele pode com Frank. Com seu desenho, Dave consegue distinguir entre realidade e ilusão. Isso ocorre mais tarde, quando Dave conduz uma análise completa da unidade AE-35, frustrando a tentativa de HAL de enganar ele e Frank, acreditando que a discrepância é, em última instância, "atribuível a erro humano".

O desenho de Dave permite que ele não seja enganado por imagens invertidas.

Dave caminha dos tanques de hibernação para HAL.

Dave mostra a HAL apenas os desenhos dos tripulantes.


6 - Falsa descoberta do monólito na Lua:

Uma maneira de verificar se a descoberta do monólito na Lua é encenada ou não, é assimilando interpretações alternativas umas com as outras. Mais especificamente, ver o filme com cada uma das duas interpretações seguintes: a descoberta de artefatos alienígenas na lua é verídica; ou a descoberta de artefatos alienígenas na lua é encenada por Heywood Floyd e seu círculo íntimo, e então, comparar qual interpretação se encaixa melhor com o que é testemunhado no filme.
Em particular, ouça atentamente a conversa entre Heywood Floyd e seus dois colegas, Bill e Ralph, no ônibus espacial sob a luz azul-clara a caminho do local da escavação lunar.

Primeira vez que Heywood vê as fotografias da descoberta do monólito.

Heywood : Ah, a propósito, eu queria dizer para vocês dois, que fizeram um trabalho maravilhoso. Eu aprecio a maneira como agiram com essa coisa.
Ralph : Bem, é nossa função agir conforme suas ordens. Estamos felizes em obedecer.

Isso soa como se estivessem discutindo o que pode ser a descoberta mais significativa da história da ciência ou um trabalho como de costume?
A cena termina com o comentário de Heywood: "Bem, devo dizer, vocês se superaram". O riso segue.

No incío do filme também vemos Heywood Floyd ao entrar na estação espacial em órbita, ele está segurando uma pasta preta em forma de monólito. A pasta contém e representa os planos para a operação de bandeira falsa na lua.

Pasta do projeto em forma de monolito preto de Heywood.

O cientista russo André Smyslov pergunta a Heywood Floyd: "Francamente, tivemos alguns relatos de inteligência muito confiáveis ​​de que uma epidemia bastante séria ocorreu em Clavius, algo aparentemente de origem desconhecida. É isso, de fato, o que aconteceu"? Assim quando André começa a falar, uma mulher passa atrás dele carregando pastas de várias cores, semelhante à pasta preta de Heywood.
Assim como a pasta de Heywood, simboliza uma história de artefato alienígena planejada, as pastas coloridas são um símbolo da história inventada da epidemia de Clavius.

Pastas coloridas = outras histórias.


7 - Mal funcionamento do AE-35:

HAL mantém facilmente o controle de Frank Poole através do engano. O jogo de xadrez entre Frank e HAL é uma demonstração do controle psicológico de HAL sobre Frank. HAL engana Frank levando-o acreditar que foi xeque-mate, quando na verdade não foi. Se Frank examinasse os movimentos com a mesma devida atenção que Dave usa ao examinar a unidade AE-35, ele teria exposto o engano de HAL. Em vez disso, Frank timidamente assume que HAL ganhou e renuncia.
Da perspectiva de HAL, Frank é um camundongo correndo em uma roda. Essa ideia toma uma forma literal na centrífuga em forma de roda que Frank corre ao redor enquanto HAL o observa silenciosamente.

Quando HAL tenta manter o controle sobre a percepção de Dave Bowman em torno da missão como foi apresentada a ele, por exemplo, "rumores sobre algo ser desenterrado na lua" e sua aceitação, em vez de desempenhar o papel de um bobo feliz, Dave evita estrategicamente as perguntas investigativas de HAL perguntando-o: "Isso é para o relatório psicológico"? Não mais capaz de seguir essa mesma linha de investigação com Dave, HAL abandona a linha de questionamentos e inventa imediatamente um defeito detectado na unidade AE-35, a fim de manter Dave distraído e correndo através de um labirinto de controle.

Um outro objetivo de HAL na missão Discovery é manter Dave e Frank desconectados da verdade por um véu controlado de fraude. Para conseguir isso, Dave e Frank deveriam ter mais confiança no julgamento do HAL do que no deles. Se HAL for capaz de manter essa falta de autoconfiança neles, então eles são mais propensos à sugestão e, portanto, mais fáceis de controlar. A renúncia voluntária de Frank do jogo de xadrez é um exemplo disso. Uma vez que isso seja entendido, todas as ações de HAL no Discovery One fazem mais sentido.

Isso volta à premissa fundamental de que toda a missão Discovery é uma operação de bandeira falsa. Dave e Frank são apenas pilotos para levar o resto da tripulação hibernando à órbita de Júpiter. Uma vez lá, a equipe de filmagem em hibernação pode ser revivida para criar sua montagem de filme falso do monólito alienígena que flutua em torno de Júpiter. A maneira de orientar os homens em torno da verdade é garantir que eles possam ser controlados com mentiras.
É sob essa premissa que o comportamento de HAL com Frank e Dave se torna claro. Frank satisfatoriamente passou no teste de HALL de credulidade e subserviência inconsciente por sua renúncia do jogo de xadrez. Isso demonstra que, quando a situação é ambígua, Frank concederá o julgamento a HAL sobre o seu. Dave, por outro lado, manobra em torno do interrogatório de HAL sobre as circunstâncias incomuns da missão, sem revelar suas próprias suspeitas e, ao mesmo tempo, não ter que fingir ingenuidade. HAL então fabrica imediatamente a falha AE-35. Se nós reconhecemos isso pelo que é, ou seja, uma mentira em uma tentativa de tirar a autoconfiança de Dave em seu próprio julgamento, a fim de concedê-la a HAL, então vemos que HAL está simplesmente realizando seus objetivos de missão de uma maneira completamente lógica e consistente. O único erro de HAL é subestimar a inteligência e desenvoltura de Dave.


8 - Astronautas Invertidos = Personagens Enganados:

A cena abaixo estabelece que os trajes espaciais possuem um tubo de ar que se conecta ao lado direito dos capacetes. Embora não seja muito claro na figura (fica mais claro no DVD) e os arredores estabelecem que a cena está orientada corretamente. Em contraste, a cena posterior mostra Dave flutuando para substituir a unidade AE-35 com o tubo de ar do lado errado.
Durante as duas missões de EVA para a unidade AE-35, Dave e Frank são mostrados invertidos enquanto flutuam no espaço da cápsula para o radar. Este é um sinal de que ambos estão sendo enganados por HAL nesta missão falsa.

E estes são novamente os temas mencionados anteriormente, nos quais aqueles que são ignorantes da verdade estão confinados ao mundo bidimensional criado por aqueles que inventaram a mentira e que seu mundo bidimensional é facilmente manipulado como o enganador deseja.

Os tubos de ar se conectam ao lado direito do capacete.

A imagem de Dave é invertida enquanto ele substitui a unidade AE-35.

Uma observação interessante que ilustra a sutileza com a qual Kubrick expressa suas mensagens são as duas cenas de uma cápsula espacial fechando sua porta, deixando-nos para ver as palavras “Cuidado com parafusos explosivos”. Na verdade, essas duas cenas são tiradas de uma mesma sequência. Como nós sabemos disso?

Instruções de Manutenção e Substituição de "Astronautas Explosivos".

Dave a caminho para resgatar Frank.

A primeira cena é quando Dave e Frank entram no pod para ter uma discussão. A cena corta brevemente para a cena de HAL (foto lá em cima: HAL move o pod para a posição de matar Frank Poole) e depois para o fechamento da porta da cápsula. Note que podemos ver parte do uniforme de Frank enquanto ele se senta no pod. Compare isso com a foto de Frank e Dave lá em cima com a legenda HAL como o "olho que tudo vê" espia Frank e Dave.

Dave e Frank entram no pod para ter uma reunião.

A roupa de Frank pode ser vista quando a porta se fecha.

A segunda cena é quando Dave entra num segundo pod para recuperar o corpo de Frank. Então vemos um breve vislumbre de Frank flutuando no espaço. Em seguida, a cena corta para a porta da cápsula fechando novamente. 

Frank voa para longe da nave no lado da luz.

Dave acabou de entrar em um pod secundário para recuperar Frank, mas um outro pod é mostrado.

Note que a iluminação desta foto acima está ligeiramente diferente da foto anterior. Observe também que algo está cobrindo uma parte das luzes do painel e compare com a foto anterior. 
Note que ainda podemos ver parte do uniforme de Frank. Mas como pode ser isso, já que Frank está flutuando no espaço?

Além disso, observe que você pode ver as duas portas de saída da direita para a esquerda, sugerindo que estamos novamente olhando para a cápsula central. O que está acontecendo?
Na verdade, não estamos olhando para a porta do pod de fechamento depois que Dave entra no pod sozinho para resgatar Frank. Em vez disso, é a lembrança anterior de HAL de quando Dave e Frank entraram no pod central para discutir seu possível desligamentoPara HAL, Dave e Frank são de fato parafusos explosivos que ele precisa ter cautela.
Esta é uma metáfora do medo que a elite dominante do mundo tem do despertar e do potencial de rebelião violenta das massas.

A viagem que Dave leva para recuperar o corpo de Frank fornece a ele a primeira evidência substancial de que HAL o está enganando. Em resumo, HAL fornece a Dave dados falsos sobre a posição de Frank, o que faz com que Dave vá na direção errada, mas ele acaba encontrando Frank de qualquer maneira. É com isso que Dave percebe que HAL mentiu para ele. A evidência é a seguinte:

Frank vai para o lado da luz da nave.

Dave vai na direção errada.


9 - Falsa descoberta do monólito em Júpiter:

As imagens de um monólito negro flutuando próximo de Júpiter no último capítulo do filme são outra mentira. Essas cenas são o resultado final de outra produção financiada pela NCA, assim como a descoberta monolítica encenada na Lua.

Entre o título do capítulo "Jupiter and Beyond the Infinity" e o início do show de luzes psicodélicas, vemos uma série de cenas de um monólito negro flutuando nas proximidades de Júpiter. Dentro dessas cenas, alguns itens são dignos de nota.

Monólito começa paralelo às órbitas da lua.


 Observe sucessivas rotações de Júpiter.

Exemplo mais claro de falsa reflexão.

A cena do título do capítulo inclui um brilho à esquerda do título (pode ser difícil ver dependendo do brilho de como a imagem é renderizada). Embora pareça ser uma falha técnica, pode ter sido intencional, ou no mínimo intencionalmente deixado no filme. Logo em seguida, o monólito flutua da esquerda da tela. Todas as 7 cenas que incluem o monólito também incluem um brilho no meio do monólito. O brilho na sequência do título alude ao brilho no monólito para ilustrar novamente a conexão do monólito = tela de cinema.

A lua no canto inferior esquerdo na primeira foto parece sugestivamente com um olho, o que representa os olhos do público. Neste caso, o filme do monólito de Júpiter deve ser visto por um planeta inteiro. Isso novamente suporta a ideia do monólito ser uma tela de cinema.
Também nessa mesma imagem , o monólito é paralelo às listras e órbitas lunares de Júpiter. Em todas as outras 6 cenas do monólito, ele é paralelo, longitudinalmente, à tela do cinema. Ou seja, nós sempre vemos isso na posição horizontal. Em contraste, Júpiter e as órbitas de suas luas giram no sentido anti-horário de uma cena para a outra. Outra maneira de dizer a mesma coisa é que nós, o público, quando olhamos pela tela do cinema, estamos girando no sentido horário junto com o monólito. O uníssono com o qual o monólito e a tela do cinema giram juntos contra o pano de fundo do espaço de Júpiter aponta novamente para o monólito = tela de cinema.

Luz azul refletida na nave.

Monólito termina perpendicular às órbitas lunares. Ele girou a 90 graus desde a primeira cena.

Nesta última foto, a rotação relativa entre o monólito e Júpiter está completa. O monólito girou 90 graus! A razão pela qual não é imediatamente óbvio para nós é porque estamos girando junto com o monólito. Finalmente, o monólito afunda na escuridão do espaço e se torna um com a tela do cinema. A jornada do "stargate" começa.

Qual é a jornada do "stargate"? Por que Kubrick envolve nossos sentidos com numa explosão de cores e efeitos especiais? Uma tentativa de resposta será feita aqui, baseada nesta primeira análise.
Esta jornada é mental. É quando as pessoas "despertam" para a realidade e saem do "mundo bidimensional" das telas de cinema e passam a "enxergar" o mundo real. Então, o que estamos vivenciando nesta parte do filme é a descoberta de Dave do monólito ser uma tela de cinema e tudo o que isso simboliza, ou seja, um evento de bandeira falsa encenada por um pequeno grupo de pessoas.

Há também um sentido em que Dave voa figurativamente da superfície bidimensional da tela do cinema para o espaço tridimensional do cinema. Se alguém imaginasse sair de uma tela de cinema e voar em direção ao projetor, veria uma intensa exibição de cores emanando de uma fonte central, semelhante à natureza da jornada do stargate.

Este êxodo para o espaço é o que é referido no título do filme e porque este capítulo em particular é legendado "E Além do Infinito". Dave se move além da superfície da tela de cinema bidimensional infinita de uma realidade sintetizada para o espaço tridimensional maior da verdade.


10 - Renascimento:

As cenas finais de 2001 estão cheias de significados duplos, talvez triplos ou mais. As cenas da sala parecem ser, em grande parte, uma coleção de eventos dentro do filme representados como sequências de sonhos. 

A primeira reação de Dave à sua presença na sala do renascimento parece ser de medo e tremor. Isso é semelhante aos primatas se encolhendo entre as rochas à noite no início do filme.



Já em seu leito de morte, Dave procura o monólito, assim como os primatas fizeram. Do seu ponto de vista, ele está realmente tocando o monólito, enquanto percebe a equivalência do monólito e do filme em que ele está, que está ao seu redor. É essa descoberta, e tudo o que isso implica, que o leva ao que é efetivamente um mundo inteiramente novo. É nesse sentido que ele renasce em um novo mundo. 
Ao mesmo tempo, entendemos o que o envelhecimento progressivo de Dave simboliza até esse ponto; como Dave descobre a verdadeira natureza do mundo, ele está perdendo o seu antigo eu e se vê como um personagem em um filme. 
Em seguida, é mostrado pela primeira e única vez no filme, uma visão frontal completa do monólito, todas as outras vezes tem sido de algum ângulo. Sua semelhança com uma tela de cinema é mais perceptível do que nunca.

Dave toca o monólito.

A única vista frontal completa do monólito.

O próximo cena é de um feto pré-natal. A iluminação de Dave está completa. A luz da iluminação está agora nos olhos do recém-nascido. As cenas finais na sala do renascimento aumentam o monólito até que finalmente se torne um com a tela do cinema.

A cena final é da Lua, da Terra e da "starchild". Compare isso com a cena de abertura da Lua, da Terra e do Sol. A luz do Sol foi substituída pela criança iluminada. Dave, tendo renascido, percebeu a verdadeira natureza do mundo e o filme termina quando ele se vira para olhar diretamente para nós.

A luz da iluminação no olho da "Starchild".


CONCLUSÃO:

Nesta análise, parece ser óbvio que Stanley Kubrick está nos chamando para desafiar os enganos de bandeira falsa de Hollywood que são orquestrados por certos grupos do governo e são jogados na tela de cinema para manipular a psique do público. Uma outra dica que ele deixou sobre isso no filme seria o nome Heywood Floyd que é um anagrama para "defy holy wood": desafiar a madeira sagrada. 

O que o Dr. Heywood e seu círculo interno fizeram usando o artefato alienígena para encenar uma "descoberta" é um exemplo disso. Para aqueles céticos ou não familiarizados com essa tática comum empregada pelos governos, pesquise sobre "falsa bandeira" no Google. 
(Talvez agora fique mais claro paro o leitor o por que das teorias envolvendo Kubrick e as filmagens de Apollo 11).

Gary Lockwood, que interpretou Frank Poole, mencionou durante seu comentário no DVD que o monólito no set de filmagem era um grande bloco de madeira pintada de preto. Nesse sentido, o monólito é madeira sagrada/holly wood e desafiar a madeira sagrada é desafiar simbolicamente as "bandeiras falsas" usadas pelos governos para moldar a percepção pública. 




SEGUNDA ANÁLISE DE 2001 UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO:

Nesta segunda análise vamos aprofundar um pouco mais no filme 2001, se bem que a primeira análise já foi bem profunda e com detalhes, mas esta análise é basicamente sobre o conceito por trás da "influência extraterrestre" na humanidade, que já comentei no post sobre Agenda Alien.

O título do filme de 2001: Uma Odisséia no Espaço foi escolhido por seus aspectos numerológicos. 2001 é o primeiro ano do século XXI. O século 21 e o ano de 2001 ambos estão representados na numerologia como 2 + 1 = 3 (e o ano 2001 está no terceiro milênio). Esse número representa a capacidade criativa da humanidade, mas é mais especificamente a capacidade de criar uma criança com a união do masculino e do feminino; a expressão final da criatividade.


1- O Amanhecer do Homem:

O primeiro ato parece bastante monótono, mas é um momento importante do filme pois testemunhamos uma intervenção alienígena pela pedra monolítica negra. (Lembrando ao leitor que nesta análise não veremos a pedra como uma "falsa bandeira" como na primeira).
Mais adiante vemos macacos lutando uns contra os outros para se manterem vivos, porém a inteligência extraterrestre do monólito concede um certo "conhecimento" a um grupo de macacos, mais especificamente, o macaco "descobre" como usar um osso como uma arma.

Esse conhecimento pode ser o conceito de violência e maldade, não tão diferente de muitos contos religiosos sobre a introdução do mal no mundo, como Adão e Eva tentados pelo fruto proibido, ou as crenças ocultas gnósticas sobre as forças do mal conhecida como Demiurgo. 
Esta pedra monolítica alienígena é uma projeção dessa força maligna, porque mostrou aos macacos como usar a violência para matar uns aos outros. (O que remete novamente ao trecho do Livro de Enoque onde é relatado que anjos caídos deram conhecimento ao homem para criar armas).

Os primatas em contato direto com a pedra monolítica alienígena.

Primata descobre como usar o osso como arma.

As dimensões da pedra, como já dito anteriormente, são as mesmas dimensões de uma tela de filme. Este poderia ser um argumento para sugerir que Kubrick estava conduzindo a "transformação alquímica" de toda a humanidade através do próprio filme. Ele está levando o telespectador em uma jornada de "iluminação". Um conceito não muito diferente da "transmutação alquímica" do homem que os ocultistas aderem. 
Os seguidores da Alquimia acreditam que alcançarão a iluminação através da “Grande Obra” que busca encontrar o eterno elixir, chamado de Fonte da Juventude. Esse objetivo é o eterno status divino e é descrito de várias maneiras, como o "escurecimento do sol", que é semelhante ao monólito negro.

A cor preta é usada para retratar a dissolução do corpo físico. Essa abolição negra do corpo físico também representa o derramamento de cuidados materiais e desejos, uma forma representada por um quadrado, ou em sua forma tridimensional, o cubo. 
A "Irmandade de Saturno" é um grupo ocultista que estabelecia Saturno como o planeta mais externo do sistema solar, mais distante da luz do sol, tornando-o efetivamente o lado escuro, ou, uma representação do "Outro", isto é, o “adversário” que é Lúcifer.
Os praticantes do ocultismo acreditam que os ensinamentos de Saturno dão primazia à escuridão. A escuridão é dito preceder a luz e fornecer uma matriz para a manifestação da luz: sem escuridão não há luz. Logo, o cubo negro (que vemos várias vezes em todas as formas de entretenimento e obras de arte) é um símbolo conhecido de Saturno, que é onde o monólito preto é encontrado na história de Arthur Clarke, porém Kubrick modificou para Júpiter. Mais sobre isso depois...

A alegação de Kubrick foi que era muito difícil retratar os anéis de Saturno de forma realista, porém
um dos artistas de efeitos de 2001, Douglas Trumball, foi capaz de fazer os anéis em 1972 em Silent Running, por isso levanta a questão do por que Kubrick não optou por isso em 2001. Alguns acreditam que Kubrick estava revelando muito incluindo Saturno no filme. 
Para aumentar essas suspeitas Kubrick disse em uma entrevista de 1968: "Por mais vasta que seja a escuridão, devemos suprir nossa própria luz".

O signo zodiacal de Aquário é governado pela força planetária de Saturno. A Era de Aquário é importante para o oculto porque essa é a nova era do homem. Esta nova era traz uma consciência e a evolução do homem para a tecnologia através do transhumanismo. Isso nos leva à ideia de que Kubrick nos mostra a próxima evolução da humanidade através do "StarChild" no final do filme. Mais sobre isso depois...


2 - Missão Júpiter e Além do Infinito:

Após as descobertas do monólito do TMA-1, a espaçonave Discovery One se dirige a Júpiter para investigar o destino do sinal de rádio do monólito. Vemos brevemente os astronautas numa entrevista em um canal britânico fictício - BBC 12; outra referência à numerologia de 3.

Quando Dave Bowman chega a órbita de Júpiter (no romance Saturno) ele se encontra com o monólito e inicia sua jornada, onde ele entra em outra dimensão ou, no mínimo, passa por alguma forma de transformação. Ele sai do outro lado em um quarto e faz movimentos que formam uma estrela; ou um pentagrama, porém isso não é  claro no filme devido ao corte de cena, é apenas uma suposição.

As posições de Dave no quarto formam um pentagrama (?)

A explicação é que depois que ele sai do pod ele aparece saindo do banheiro indo na direção onde estaria a mesa se jantar e então, ao que parece que ele se vira para ir a mesa próxima da cama, a cena corta para ele entrando no banheiro.

Dave sai do banheiro e caminha em direção onde estaria a mesa de jantar (compare com a foto acima) e depois temos a impressão de que ele se vira para ir em direção a mesa próxima da cama.

Imediatamente a cena é propositalmente cortada com Dave entrando no banheiro.

Este pentagrama seria intencional porque retrata Lúcifer, a Estrela da Manhã. Isso também é simbolizado como o planeta Vênus, que tem movimentos descritos como uma estrela de cinco pontas; o pentagrama.
O luciferianismo tem raízes no gnosticismo e as crenças gnósticas afirmam que o Demiurgo chegou ao reino terrestre e introduziu o mal, que é o que vimos com os primatas.

Quando Dave Bowman a beira da morte tenta chegar ao monólito, ele é subitamente transformado no "StarChild". Esta é uma demonstração clara das crenças ocultas do processo alquímico de transmutação. 

Dave atinge a "iluminação" e renasce como um novo ser.

Kubrick pretendia originalmente que o "StarChild" detonasse as armas nucleares satélites que vemos orbitando a Terra, mas abandonou a ideia pois seria muito parecida com Dr. Strangelove
Esta é uma revelação gritante que o monólito tem propósitos nefastos e está empenhado na destruição da humanidade. Ele é um enganador da humanidade e procura destruir a criação de Deus, mas isso só faria sentido se Kubrick tivesse esse aspecto religioso em mente (mesmo que ele não fosse particularmente religioso), dada a imagem icônica do filme que mostra o sol e a lua crescente em alinhamento, que é um símbolo do zoroastrismo.


JUNTANDO AS PEÇAS:

Esta segunda análise pode ser mais uma metáfora do conto de Prometeu que é de extrema importância para os ocultistas. No conto, Prometeu foi aquele que deu a "tocha da iluminação" à humanidade contra a vontade de Zeus. Para os ocultistas, Prometeu equivale a Lúcifer. 
Lúcifer teria sido o verdadeiro "herói" ao fornecer o conhecimento proibido negado por Deus à humanidade.

Podemos ver isso em 2001 no início com o monólito negro dando o "conhecimento proibido" aos primatas para transformar um osso em arma. E por que podemos associar o monólito a Lúcifer no filme? Por causa do simbolismo de Saturno.

No livro de Arthur C. Clark o monólito negro está em Saturno, não em Júpiter ("Júpiter" é o nome romano de Zeus, novamente uma menção ao conto de Prometeu) como no filme. 

A "Irmandade de Saturno" é uma herança deixada por Aleister Crowley aos seus seguidores. Essa ordem mágica era semelhante aos outros grupos ocultistas, como Nova Era, Maçonaria ou Thelema; todos eles giram em torno da ideia de domínio do conhecimento oculto para a "iluminação" em uma série de rituais.

A adoração a Saturno remonta a 600 a.C., com "Obras e Dias" do poeta grego Hesíodo, onde ele discute as várias eras do homem. Uma das idades foi referida como a Idade de Ouro. Os antigos romanos adoravam o deus Saturno, que era o deus da agricultura e do tempo, e seu reinado era conhecido como o tempo da Idade de Ouro da paz e da harmonia. O deus grego que era o mesmo que Saturno era Cronos, um dos Titãs. O deus cartaginês Baal (ou Moloch) era o mesmo deus e devorava crianças (semelhante a Cronos que comiam os filhos). Saturno é frequentemente descrito como Baphomet e associado a Satanás como devorador de crianças.

O site chamado Hollywood Subliminals faz mais associações de Satruno a Satanás:

"Primeiro, muitos autores argumentam que a palavra Satanás é derivada da palavra Saturno. Em segundo lugar, Saturno está associado à cor negra assim como a Satanás. (...) O 'grande deus Pan', a divindade com chifres, representou Saturno no antigo paganismo. Essa criatura meio-homem, meio bode é considerada o ancestral de nossas modernas representações de Satanás".

Podemos então concluir que o monólito é uma representação de Lúcifer, que desde o início, está dando o "conhecimento proibido" ao homem para que ele faça sua "evolução".
Primeiro foi com os primatas, depois com o Dave, o iniciado que visita Júpiter (Saturno) e renasce em uma nova forma de homem; um ser "evoluído" que foi "iluminado" pela luz de Lúcifer, representado na cena do feto "Star Child" com luz nos olhos. Ele caminha em direção a Terra, o que significa que esta "iluminação" tem o propósito de atingir toda a humanidade.

"Star Child" representa o homem renascido com a luz de Lúcifer. É o mesmo que o "Moon Child" de Aleister Crowley e o Aeon de Hórus.

A Era de Aquário é descrita como a nova era do homem. Esta nova era traz uma nova consciência e a evolução do homem para a tecnologia através do transhumanismo, essa ideia fica mais clara na sequência da novela de Arthur Clarke, 3001, onde ele revela o segredo do monólito.




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