Natal, Saturnalia e o nascimento de Jesus Cristo

Desde a época de Nimrod e Semíramis, os pagãos celebravam o nascimento do deus sol no dia 25 de dezembro. Claro que a data comemorativa não se chamava Natal, era apenas um festival para comemorar o solstício de inverno.

(Leia primeiro a História de Nimrod e Semíramis).
Depois que Nimrod morreu, Semíramis engravidou e encontrou um outro jeito para continuar no poder, então ela disse ao povo que o espírito de Nimrod a havia engravidado. Ela alegou que teve uma "gravidez imaculada" e convenceu o povo de que Nimrod não morreu e que ascendeu ao sol. 
O filho que ela teve se chamou Tamuz e nasceu no solstício de inverno, por volta de 25 de dezembro.

Desse mito vieram vários outros mitos de deuses pagãos que também tiveram um "nascimento virginal", passando a ideia de que a história de Jesus não passaria de um plágio, como apontado pelo documentário Zeitgeist, mas isso é uma outra história...

Dia 25 de dezembro é uma data de adoração ao sol, que foi e ainda é comemorado por pagãos. Eles acreditam na vitória da força do sol sobre as forças da escuridão (do inverno) que tentam suprimí-los.
Como melhor contado nesse vídeo abaixo:






SATURNALIA:



O Natal também tem várias outras conexões de celebrações pagãs como Yule e Saturnalia sendo este último vindo dos Romanos. Eles celebravam o festival dos dias 17 a 23 de dezembro em celebração ao deus Saturno. 
Nesse período ninguém trabalhava, ofereciam-se presentes, visitavam-se os amigos e os escravos recebiam permissão temporária para fazer tudo o que lhes agradasse, sendo servidos pelos amos. Também não havia batalhas de gladiadores pois eles já contavam com sacrifícios humanos que ocorriam nesses dias à Saturno. Os romanos também participavam de um festival chamado "Dies Natalis Solis Invicti", ou Aniversário/Nascimento do Sol Invicto no dia 25 de dezembro. 

Em 273 a.C., o imperador romano Aureliano decretou Sol Invictus, o deus romano do sol, a deidade oficial do Império Romano. Sol Invictus se tornou então, o deus sol no qual comemorava-se seu nascimento no dia 25 de dezembro. Apenas mais uma releitura do mito de Nimrod e Semíramis.

Mais tarde, na época do quando o Imperador Constantino, o culto ao Sol Invictus era ainda muito forte tendo até sua representação em moedas romanas.


Após Constantino ter tido uma visão de uma cruz ele converteu-se e oficializou o Cristianismo a todos os romanos. Acredita-se que a medida tomada foi para iniciar um conflito entre cristãos e pagãos e não que ele tinha realmente convertido ao Senhor. 
Com isso, as crenças pagãs e cristãs acabaram se fundindo e no ano de 525, a Igreja Católica estabeleceu a data 25 de dezembro como o nascimento de Cristo para coincidir com as festas pagãs. Segundo alguns historiadores, foi o Papa João I quem oficializou essa comemoração.

E assim a Saturnalia passou de uma festa pagã do nascimento do sol e culto à Saturno para a celebração do nascimento de Jesus Cristo.



PAPAI NOEL E ÁRVORE NATAL:

Muitos dizem que Papai Noel foi baseado na história de São Nicolau, que era um bom homem que gostava de ajudar as pessoas. Porém o Papai Noel não é baseado nele, nem na aparência.

Imagem de São Nicolau.
Não se parece em nada com o Papai Noel que conhecemos.

Segundo a lenda celta havia um ser mitológico pagão chamado de Rei Holly, representado como um ancião sábio e bondoso que traz o Inverno, usa peles de animais e uma coroa de azevinho. Ele possui um irmão gêmeo que também é seu inimigo mortal, o Rei Oak. O Rei Holly é a escuridão do Inverno, enquanto o Rei Oak é a luz do sol da primavera.

Nos seis primeiros meses do ano é o Rei Oak (luz) que governa – por isso temos dias claros e longos, com sol em abundância. A cada novo dia o sol torna-se mais forte, até o Solstício de Inverno (Yule), período em que ele se apresenta cansado, suas forças já não são as mesmas. Ele trava uma batalha com o irmão gêmeo, o Rei Holly (escuridão), que consome o restante dessas forças. O Rei Oak é vencido, sendo o trono ocupado pelo Rei Holly. Ele é representado como um ancião sábio e bondoso que traz o Inverno, usa peles de animais e uma coroa de azevinho. Ambos trazem vida e morte.

Apesar de inimigos mortais, os gêmeos são dois lados da mesma moeda: um não existiria sem o outro. Em algumas tradições Wicca, os irmãos são vistos como um aspecto dual do deus-chifrudo (o que podemos chamar de demônio).

O Rei Holly também era associado a Saturno (deus romano da agricultura).
A planta azevinho (holly) foi usada pelos druidas para pendurar em janelas para manter maus espíritos afastados. Era também considerada a planta sagrada de Saturno durante o auge do festival romano da Saturnalia.
Eles decoravam imagens do deus Saturno com essa planta. Os cristãos, mais tarde, acabaram por decorar as suas casas com a planta como uma maneira de evitar a perseguição dos romanos.


Um deus com chifres.

O Rei Holly é bastante familiar, não?

A árvore de natal também tem origem pagã, como visto no primeiro vídeo lá em cima. Agora vamos dar uma olhada na bíblia em Jeremias 10:2-5:
"Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.
Porque os costumes dos povos são vaidade; pois corta-se do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, feita com machado;
Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova.
São como a palmeira, obra torneada, porém não podem falar; certamente são levados, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem".
Aqui no Brasil não temos o costume de cortar árvore para o Natal, mas nos EUA e vários países nórdicos é super comum.

Agora pensemos, qual é o grande problema em ensinar as crianças a crer no Papai Noel e esquecer Jesus Cristo?



O NASCIMENTO DE JESUS:

Agora vamos falar do nascimento de Jesus Cristo, com base nas informações do canal Evidências NT. Nunca houve na bíblia uma menção exata da data do nascimento de Cristo, mas através dela pode-se ter uma noção da época em que Jesus nasceu, que não foi no inverno.

Para começar, a história mundial é divida em duas épocas, antes de depois de Cristo. Este costume vem de uma antiga forma dos romanos para contar os acontecimentos. Eles utilizam a sigla "AUC", uma abreviatura em latim para "desde a fundação da cidade". Para os latinos a fundação da cidade de Roma era o marco para sua contagem de cronologia.

Assim, quando se dizia que algo aconteceu no ano de 723 auc, eles queriam dizer que aquilo aconteceu antes da fundação da cidade de Roma.
Juntando essa forma de cronologia com o calendário gregoriano, pode-se determinar aproximadamente os eventos da vida de Jesus.

Já o atual sistema de cronologia surgiu mais tarde, no séc. VI, com o monge Dionísio Exíguo que passou a datar os acontecimentos a partir do nascimento de Jesus. Assim, ele atribuiu o 1º de janeiro do ano 1 d.C. ao 46º ano do calendário de Júlio César. Isto equivaleria ao ano de 753 auc, ou após a fundação da cidade de Roma. Porém Dionísio cometeu um erro de quase meia década que seguiu nos calendários seguintes.

Somente do séc. XVI, que outro monge cronologista percebeu o erro, com isso, estaríamos adiantados e a era cristã teria começado 5 anos antes do que se é datado convencionalmente.
Através desse erro de Dionísio podemos dizer que Jesus nasceu antes de Cristo, pois o ano 1 d.C. seria o ano que ele teria uns 4,5 ou 6 anos. Mas como chegou-se a conclusão desse erro? Através da morte do rei Herodes.

De acordo com a história secular, Herodes morreu entre 4 e 3 a.C. Logo, Cristo poderia ter nascido num período antes disso. Alguns historiadores acreditam de Herodes morreu entre 29 de março e 11 de abril no ano 4 a.C.
Isso é sabido por causa de uma citação de Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, que disse que a morte de Herodes se deu próxima de uma Páscoa. Uma Páscoa antecedida de um eclipse; e segundo das datas da astronomia, houve de fato um eclipse lunar na Judeia entre 12/13 março do ano 4 a.C., portanto, o nascimento de Jesus teria acontecido antes dessa data.

Agora vamos olhar a contradição cronológica do evangelho de Lucas, que diz que Jesus nasceu na época do censo decretado por César Augusto e também na época do governo de Quirino. Além disso, Mateus menciona a presença de Herodes como gov. da Judeia.
O problema é que tais informações apresentam um problema cronológico ainda sem solução. A única informação extra bíblica sobre o governo de Quirino são incompatíveis com os eventos descritos em Mateus e Lucas. Quem fornece essa informação é o Flávio Josefo, que diz que o governo de Quirino aconteceu no ano 6 d.C. o que seria muito depois da morte de Herodes. Com isso temos duas hipóteses, ou Cristo nasceu antes do censo mencionado por Lucas ou na época do censo que seria muito tempo depois da época de Herodes.

Resumindo, o Rei Herodes teria governado Judeia no ano 37 a.C. até o ano 4 a.C., sendo que Quirino teria sido prefeito da Síria ente o ano 6 e 12 d.C. Logo, temos uma grande contradição cronológica aqui. Mas a quem devemos dar os créditos?

Muitos rapidamente apontam logo para Lucas para desacreditar a bíblia, porém até autores céticos que examinaram os conteúdos de Lucas admitiram que ele foi um historiador preciso e meticuloso nas informações que oferece, tanto de cunho histórico como geográfico e contextual.
Um exemplo foi o Sir. William Ramsay , um dos maiores especialistas em história da Ásia Menor.

Um cético em relação a bíblia, ele queria desacreditar a bíblia, principalmente Mateus, Marcos e Lucas, especialmente Lucas para provar que ele estava errado, ou seja, que a bíblia estava errada. Porém, ao viajar todo o Mediterrâneo para coletar informações que refutassem a bíblia, Ramsey descobriu que seus achados na verdade confirmavam tudo o que estava no evangelho de Lucas. Ele não achou nenhum erro e admitiu:
"Os grandes historiadores são os mais raros dos escritores... [Eu reconheço Lucas] entre os historiadores de primeira classe".
Outros historiadores também deram créditos a Lucas como um historiador impecável.
Então, acho que podemos agora decidir a quem devemos dar os devidos créditos ou então o benefício da dúvida...

Hoje o museu britânico posssui um papiro que diz o seguinte:


"O prefeito do Egito declara: 'É chegado o tempo para que o censo seja feito de casa em casa. É necessário compelir a todos que por alguma razão estejam residindo fora de suas casas a que retornem para seu domicílio de origem, para que possam tanto levar efeito a ordem regular do censo como também atender diligentemente ao cultivo de sua seção".

Isso apresenta paralelos importantes com o evangelho de Lucas.

Agora, ao juntar todas essas informações... as escrituras afirmam que Jesus nasceu durante o governo de Herodes, que morreu no ano 4 ou 3 a.C., o que conclui-se que Jesus não nasceu depois disso e sim um período um pouco antes disso. E lembrando que o primeiro censo do governo Quirino ocorreu mais ou menos no ano 8 a.C. então é muito provável que Jesus nasceu entre o ano 8 e 4/3 a.C.
Lembrando também que, o Rei Herodes mandou matar todas as crianças com menos de 2 anos de idade na época, podemos deduzir então que, os três reis magos quando chegaram a Jesus, ele poderia ter entre 1 e 2 anos. E se o episódio da matança do inocentes em Belém ocorreu no ano da morte de Herodes, então Jesus teria nascido no ano 6 ou 5 a.C. Claro que isso é uma hipótese ao analisar todas as informações.

Quanto ao dia 25 de dezembro, é praticamente certo que Jesus NÃO nasceu nesse dia, pois é certo que nessa época do ano é inverno no hemisfério norte (que vai de dezembro a fevereiro). Se Jesus teria nascido nessa época de frio extremo, não faria sentindo o fato de pastores e rebanhos estarem ao ar livre nas colinas da Judeia, conforme o relato de Lucas 2 8:20. Isso seria mais propícios em estações quentes ou amenas.
Igualmente seria o relato da viagem de José e Maria para Belém. Ela não seria apropriada numa época de muito frio. A melhor época de grandes viagens como essa, seria na época da Páscoa ou então nas festas dos Tabernáculos em outubro.

E qual seria então a data certa do nascimento de Cristo?

Como dito anteriormente, o dia exato não temos como saber, mas o ano já temos aproximadamente definido e o mês é possível de definir, basta fazer análise de três fontes: o evangelho de Lucas, o calendário judeu e o livro de primeiro crônicas, que diz que antes do nascimento de Jesus houve o nascimento de João Batista - Lucas 1:5 e 23 a 28 - nesses versos dizem que Isabel ficou grávida de João Batista quando seu marido Zacarias ministrava como sacerdote.
Como o rei Davi dividiu o  turno dos sacerdotes tendo dois turnos por mês e que o calendário judeu começava mais ou menos no mês de março/abril, entende-se que a segunda quinzena de julho, teria sido o tempo do anúncio do nascimento de João Batista. Isabel então teria dado a luz por volta de março/abril.

Em Lucas 1:26 a 36 diz que Maria ficou grávida quando Isabel estava no 6º mês de gestação, que seria no mês de dezembro ou janeiro, Logo, Jesus teria nascido 9 meses depois, o que equivale ao mês de setembro ou outubro. O que é uma hipótese bastante razoável.



CONCLUSÃO:

Agora, com isso tudo, devemos então abolir o 25 de dezembro? Longe de mim querer impor alguma coisa, porém devemos sempre ter o "bom senso". Talvez nem tudo de origem pagã deve ser abolido.

Por exemplo, a maior parte dos meses do ano, dias da semana (em inglês e alemão), a contagem de tempo de meia-noite a meia-noite etc, são eventos de origem pagã. Seria então, depois de milhares de anos, sensato rejeitar todas as coisas que já faz parte de nossas vidas por terem origens pagãs? 
É algo bastante controverso, com certeza, mas pense no caos que seria isso.

Contudo devemos sim ter cuidado com o que estamos celebrando para que não sejamos enganados. Elementos pagãos só devem ser rejeitados quando eles sugerem uma substituição de alguma ordem clara dada por Deus, como é o caso da árvore de natal e em Marcos 7:13.
Porém, não existe nenhum mandamento da bíblia que proíbe a celebração do nascimento de Jesus ou dizendo sobre a data exata de seu nascimento. Logo, 25 de dezembro não está substituindo nenhuma ordem do Senhor. É apenas uma data. 

Lembre-se que radicalismo não é bom em nenhum lugar. Devemos aproveitar a data para lembrarmos e testemunhar que um dia Jesus nasceu e teve um grande motivo para ter vindo a este mundo.


"De nada adiantaria se Jesus nascesse mil vezes em Belém, se não nascer uma única vez em nosso coração". - Agostinho de Hipona




Fonte: Canal Evidências NT e outros;

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